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quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Pesquisa sobre a base teórica - WEBQUEST

Este espaço destina-se à experenciação do Blog como tecnologia Educacional, dos estudantes de mestrado e doutorado ligados ao Curso de Pós-Graduação em saúde Pública da Escola Nacional de Saúde Pública, da Fundação Oswaldo Cruz - Disciplina INTRODUÇÃO ÀS PRÁTICAS DOCENTES EM SAÚDE COLETIVA. Mas também está aberto à participação de outros interessados. 1. INTRODUÇÃO
Os estudantes de pós-graduação ligados à disciplina poderão usar este espaço como atividade prática sobre o uso de tecnologias virtuais no ensino presencial. O objetivo é a pesquisa sobre a base teórica proposta na disciplina e a produção coletiva.

O tema desta Semana é a Educação Permanente em Saúde.

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2. O PROCESSO
a. O conjunto de estudantes deverá se dividir em grupos de 3 ou 4 participantes.
b. A partir dos textos postados no AVA (Ambiente Virtual de Aprendizagem) da disciplina, cada grupo construirá um texto fruto da reflexão coletiva a ser postado neste blog APENAS PELO COORDENADOR DO GRUPO. Assim, todos poderão visualizar os consensos dos demais grupos.
c. Para a construção, a ideia é que cada grupo interaja a distância por meio da ferramenta WIKI do AVA no Moodle.
d. Somente os CONSENSOS do grupo serão postadas neste Blog. Assim, o wiki é espaço de construção e este blog é o espaço de conclusão.
e. As dúvidas e orientações serão postadas no fórum de dúvidas do AVA.
f. Os posts poderão ser de diferentes formatos (texto, vídeo, animação etc.). Mas em caso de vídeos, charges e/ou animações, os grupo deverá elucidar/justificar sua escolha e pertinência referente ao tema ou categoria de análise.
g. No encontro presencial, cada grupo será convidado a apresentar suas conclusões, justificando-as.
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3. Categorias de análise: Educação Permanente em Saúde e seus objetivos como:
. Política de Estado
. Estratégia de desenvolvimento humano (formação)
. Ação do educador do campo da saúde coletiva.
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12 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Grupo 2:

    Em relação ao Estado:
    Segundo Marx, que foi citado pelo autor, "as ideias dominantes nada mais são do que a expressão ideal das relações materiais dominantes concebidas como ideias; portanto, a expressão das relações que tornam uma classe, a classe dominante; portanto, as ideias de sua dominação".
    Buscamos entender então o discurso ideológico que perpassa os moldes da referida "cidade educativa". O objetivo proclamado pela Educação permanente é o de tornar os estoques do saber atual acessíveis a todos aqueles que deles tiverem necessidade, durante a vida inteira. O dinamismo acelerado que produz a sociedade capitalista/industrial, precisa estar se reinventando a todo momento pois é dela a necessidade de consumo para alimentar sua produção e favorecer aos capitalistas pertencentes à classe dominante à acumulação, e é deles as ideias dominantes, a ideia da dominação. Colocar a Educação em oferta àqueles que deles tiverem necessidade com certeza vai ser pra vida inteira na sociedade capitalista. Mas, e quem terá acesso não o fará por livre arbítrio e tampouco, fará pelo livre acesso, fará sim introjetado por uma Educação em constante permanência ideológica a serviço do capital que o colocará em busca constante de seus dogmas: desenvolvimento das potencialidades e igualdade de oportunidades. Nem nunca desenvolverá suas potencialidades haja vista a necessidade de se especializar e qualificar sempre infinitamente e suas oportunidades jamais serão igualitárias, mas sim levadas ao ritmo da concorrência, que é dela a satisfação do mercado que irá garantir o "direito" do mais forte, do mais informado e o que tem mais méritos, nada mais como cita o autor "uma armadilha preparada para dar mais democratização à dominação". A mesma dominação que fez com que países periféricos fossem atraídos pela eficácia de tal serviço à sociedade para o desenvolvimento dos homens em época de globalização como aconteceu com o Brasil.
    Segundo o texto, seria a educação a ferramenta que deveria garantir democracia, sendo então função do Estado a partir inclusive de pactuações internacionais, garantir dentre outras coisas a formação intelectual para exercício da cidadania, de forma a serem capazes de compreender os problemas do país e do mundo e permitir usufruir do patrimônio da civilização e seu constante enriquecimento, vindo então a educação permanente permitir a renovação das capacidades em todas as épocas da vida viabilizando tal inserção social.

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  3. Grupo 2> Raquel Barretto, Neiva, Luciana Oliveira e Lidiane.

    Em relação ao desenvolvimento humano:

    O homem se desenvolve através da educação, considerando que educação não vale somente para formação profissional, mas para todos os aspectos da vida pois diz respeito essencialmente a totalidade do homem sendo a construção de pessoa estendida durante toda a sua vida; enfatiza o texto: “ não se pode desenvolver uma parte sem referir-se ao todo”.
    Segundo o autor, o homem não se forma sozinho, logo não existe fora da comunidade humana, e para ele a Educação permanente, à sua maneira, retorna por sua conta ao humanismo de ontem, não como um processo de destruição, mas significa que não terminamos jamais de ser, de nos tornar juntos, a caminho, ao longo da relação com o outro. Desta feita engaja na busca daquilo que jamais deixamos de ser e de fazer entender, mas que também não cessa de ser menosprezado, recusado, escondido, esquecido: o humano.
    O homem, em seu sentido mais filosófico se desenvolve no coletivo e assim vai traçando seus saberes. Sendo a educação inerente as culturas e povos e por conseguinte transmissora de valores sociais, o desenvolvimento humano perpassaria pela educação do homem para pensar minimamente com valor crítico sobre suas próprias decisões, libertando-se das amarras que o convencionam a ser o que o mercado exige que ele seja, desenvolvendo-se como ser humano com autonomia do que pensa ser adequado para si.
    O texto fala que a educação permanente, precisa ir além da educação formal que é praticada nas escolas, precisa ser uma instrução abrangendo todas as idades e que possa corresponder às necessidades sentidas pelas pessoas durante toda vida. Pensamos que essa questão se relaciona até com o último texto lido, na semana passada, que falava sobre a formação humana e saúde, no sentido de que EDUCAÇÃO, para além do significado de receber “instrução” e aprender a ser “civilizado”, precisa se preocupar em formar um cidadão que possa tomar suas próprias decisões, participar de decisões políticas, estar envolvido com os processos e tomadas de decisão de suas vidas. Educação permanente, nesse contexto nos faz refletir sobre “empoderamento”, construção de autonomia.
    E emponderar significa se sentir capaz e habilitado ou fazer sentir, para aprender e retomar sua educação e aprendizado em qualquer momento da vida, preparando-se para cada vez mais exercer cidadania com autonomia (discurso que se entrelaça com a questão sobre o Estado e desenvolvimento) e os profissionais de saúde podem utilizar das ferramentas de educação permanente para formar multiplicadores e agentes sociais de uma sociedade mais aberta e integrada.

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  4. Grupo 2

    Em relação ao docente de educação da saúde coletiva:

    Segundo CECCIM & FERLA, como política de educação na saúde, a "educação permanente em saúde" envolve a contribuição do ensino à construção do Sistema Único de Saúde (SUS). Não expressa uma opção didático-pedagógica, mas sim uma opção político-pedagógica na proposição das articulações entre o ensino, o trabalho e a cidadania. Tendo a integralidade na condição de diretriz do cuidado à saúde e a participação popular com papel de controle social.

    Toda formação no campo da saúde pública não pode deixar de ser permanente. O docente da área de saúde pública, precisa estar preocupado com os princípios de uma educação que englobe a “formação total do homem” (Jocher), como citado no texto. Esta precisa ser uma educação integrada e além de permanente, continuada. Segundo Gaston Bachelard, também citado no texto, “sem escola permanente não existe ciência”. É uma educação que precisa acontecer em processo, tanto pela necessidade de constante atualização e transformação da ciência e do campo, que gera necessidade de adaptações, quanto pelo sentido de que a educação permanente, conforme citada no texto, tem uma relação íntima com o desenvolvimento das ciências e da técnica. A educação permanente, ultrapassa os limites da transmissão de conhecimentos definitivos, de conceitos, e aplicada ao campo da saúde pública, faz-se essencial para acompanhar esse campo do saber que está em constante construção e evolução. Da mesma forma, a formação “total” do docente e do discente, para a área da saúde pública, precisa acontecer abrangendo a diversidade, focada na construção da pessoa, conforme citado no texto,
    Além de o texto apontar que é necessário que todo trabalhador possa adquirir novos conhecimentos, de forma a estar atualizado frente aos desafios impostos pelo avanço das tecnologias e das ciências, cabe então a educação permanente este papel, promover atualização e educação continuada para que o sujeito, gere sua autonomia escolhendo para si o que considerar melhor e mais factível em sua trajetória.

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  5. Grupo (Claudia Reinoso, Kellem Torres, Manoela Dias e Marluce Rodrigues)
    A educação permanente visa oferecer aquilo que os anos de escolaridade tradicional não conseguem oferecer, ou seja, uma bagagem de conhecimentos reais, práticos e significativos.
    1) Como política de Estado- Em todos os países a educação tem suas dificuldades, porém é de extrema importância, principalmente para evolução da sociedade e todos reconhecem sua relevância, em especial para garantir a democracia, pois a educação também pode exercer a função emancipadora, ao fornecer ferramentas para o indivíduo desenvolver seu intelecto e só através dela é que teremos um mundo mais igualitário. A educação permanente é um meio de adaptar o indivíduo à sociedade e preparar o mesmo para transformar a realidade em que vive. Há um consenso sobre o por quê de mudar o sistema educacional, porém há diversidade no como fazê-lo. Neste sentido, o projeto da educação permanente se fortalece por ser aberto, o que permite ao mesmo ser modelado de acordo com as necessidades e interesses envolvidos. As expectativas em torno da Educação permanente dependem do lugar onde está sendo implantada, das políticas vigentes e das políticas futuras, já que a mesma pode se adequar às condições e às necessidades de cada país, segundo a sua conveniência, afirma o relatório E. Faure (UNESCO, 1972, p. 262)
    2) Como estratégia de desenvolvimento humano (formação)- A educação permanente é um conceito que envolve a formação total do homem enquanto durar a vida. Desta forma, pretende substituir uma educação que estava centrada sobre os primeiros anos de existência, para estendê-la à vida inteira, atuando como instrumento de modificação do presente para o que se pretende no futuro. Assim, não é simplesmente uma continuação da escola, pois além dos muros das instituições ela fornece fundamentos ao homem, capacitando-o para a vida em sociedade e amadurecendo seu intelecto, a fim de estimulá-lo a promover transformações no mundo em que vive.
    3) Como ação do docente do campo da educação saúde coletiva- A educação deve ser compreendida como uma arma transformadora da realidade. A característica da educação permanente de possuir um discurso extremamente aberto é vista como força, já que permite alterações e construções. A Educação Permanente pode ser aplicada no campo da saúde, onde o educando irá desenvolver seu pensamento e sua visão de mundo a partir da educação que está recebendo. Esta evolução da ação docente, no sentido de “ajudar o homem a desenvolver-se em todas as suas dimensões”, quando diz respeito à saúde coletiva traz à tona o compromisso, tanto do docente quanto do discente, com toda a sociedade, e neste sentido todos os aspectos da vida devem ser levados em consideração. Atingir essa visão, só é possível através da educação permanente, contínua, que proporciona várias aproximações e gera reflexões sobre a realidade.
    O campo da saúde coletiva cada vez mais reconhece a importância de outros saberes além do acadêmico formal advindo das universidades. Portanto, ensinar na saúde significa reconhecer que a educação não formal torna-se integrante da educação global, e assim se reconhece o papel das diversas instituições que formam o que Gadotti (1992) chamou de "cidade educativa". Dessa forma, a universidade passa a ser mais uma das organizações de educação permanente, que atua em conjunto com as organizações sociais e religiosas, que intervêm para assegurar uma variedade de sistemas de aprendizagem.
    É preciso ter uma avaliação criteriosa sobre sua implantação da Educação Permanente no Brasil, uma vez que a ideia de Educação Permanente que foi “comprada” está voltada para países desenvolvidos, “uma educação ao alcance de todos ministrada sob todas as formas possíveis e durante a vida inteira”. Mas no Brasil, nem mesmo atingimos o mínimo necessário garantido por lei (implantar a educação fundamental para todos) e o país tenta implantar um “novo modelo” que não foi desenhado para nossa realidade. Ainda assim, acreditamos que podemos usar a Educação Permanente

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  6. GRUPO 1: Diogo, Mariana, Mônica e Rosane
    Parte I
    Após a leitura de parte do texto “A Educação contra a Educação”, de Moacir Gadotti, o grupo debateu e buscou encontrar consensos em cinco pontos. A primeira foi acerca do conceito de Educação Permanente, na sequência focamos nas três categorias de análise que foram colocadas para o desenvolvimento da atividade: a Educação Permanente como política de Estado/política pública; como estratégia de desenvolvimento humano (formação) e; como ação do docente do campo da educação saúde coletiva. Finalmente, abordamos a visão crítica que Gadotti traz no texto.
    “O que é Educação Permanente (EP)?”, questiona o autor. A Educação Permanente (EP) não é uma expressão recente, porém se apresenta com característica da modernidade. Ela deve ser capaz de englobar todos os aparelhos educativos num só sistema, bem como unir as várias etapas e períodos da educação humana possibilitando a formação de um homem completo, total, pleno e capaz de encarar as suas realidades políticas, econômicas, sociais e transformá-las em prol de uma realidade mais justa, humanizada e igualitária. A educação deve ser acessível a todos os homens, a fim de que toda causa de discriminação desapareça.
    Ainda buscando conceituar a EP, Gadotti apresenta a questão a partir da expectativa que devemos ter sobre EP: “O que se espera em geral de Educação Permanente?” Na sequência o autor responde que “Espera-se dela um sistema de educação flexível e diversificado, que permita aprender a qualquer momento e no ritmo desejado, segundo os interesses de cada um, a idade e o grau de formação”. A resposta evidencia a necessidade de uma educação com mais liberdade, que se molde a realidade de cada um, possibilitando o acesso ao conhecimento independente de estar ou não no espaço físico de uma escola. Para o indivíduo enfrentar as mudanças aceleradas da sociedade moderna proporcionada pelos avanços da técnica e da ciência a EP pode apresentar-se como o melhor remédio.
    Dentre distintos conceitos de diversos autores, Gadotti destaca o que ele chama de "denominadores comuns" da EP. A EP deve constituir-se em um sistema de educação flexível e diversificado, um sistema onde a construção da pessoa é uma tarefa que continua a vida inteira e no qual a relação de educador e educando se dá em pé de igualdade.
    Considerando, então, a categoria de análise da EP como ação do docente do campo da educação saúde coletiva, acreditamos que os conceitos, expectativas e "denominadores comuns" devem ser norteadores de nossa prática docente, a partir da concepção da EP como um sistema, com extensão temporal, que engloba distintas práticas e constrói o saber a partir do coletivo.
    Refletindo na EP como política pública, a discussão que o texto traz sobre Globalização implica um projeto de sociedade, no qual a EP precisa exercer uma influência importante nas estruturas sociais. Traz a EP como um projeto/uma visão de futuro, que ultrapassa o presente para projetar-se no futuro. É a concepção da EP como utopia. Com a globalização e o desenvolvimento industrial o monopólio de educar apenas dentro das instituições de ensino entrou em recessão. Faz-se necessário uma educação continuada que muitas vezes se dá fora das escolas tradicionais, mas que possibilita os indivíduos a se aperfeiçoarem e se qualificarem tanto profissionalmente quanto culturalmente.

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  7. GRUPO 1: Diogo, Mariana, Mônica e Rosane
    Parte II
    Ainda na categoria de análise da EP como política de Estado, o autor chama atenção para as distintas razões pelas quais a EP é “exigida”. Há razões de cunho individual e há razões econômicas, políticas, demográficas ou ecológicas tendem à democratização da sociedade, oferecendo soluções para os desafios e maior igualdade de oportunidades. Ademais ele informa que a EP se manifesta através de medidas, investimentos, leis, estruturas, instituições, estratégias, programas e métodos.
    Analisando a EP como estratégia de desenvolvimento humano (formação), Gadotti afirma que importância da educação é unânime, porém destaca a necessidade de manter uma visão crítica ao ressaltar a urgência de repensar não parte, mas a educação como um todo para se chegar a “aprender a ser”. O conhecimento não deve ser pontual (só vida profissional, trabalho, etc) e sim se estender por toda a vida, englobando também a educação extra-escolar, reconhecendo a educação formal e a informal. tendo como propósito a educação por toda a vida, incluindo a formação total do homem.
    Nas sociedades de mudança (modernas) o homem é visto como recurso dentro do sistema de produção. O objetivo dessas sociedades é o desenvolvimento crescente dos bens de produção, para responder a esse objetivo, os indivíduos necessitam "prosseguir no crescimento", possuir as chaves do conhecimento científico. Nesse sentido a Educação Permanente possui um caráter individualista, focada no individuo que deve, não apenas oferecer o máximo de serviços a essa sociedade, como deve estar atento para não cair nas armadilhas que essa mesma sociedade prepara para ele.
    A partir da visão crítica que o autor apresenta, o texto analisa uma nova abordagem da EP como ideologia e a aprofunda como discurso da consciência tecnocrática, como produto. Afirma que a produção do saber passou de uma escala artesanal para uma escala industrial. Que os pesquisadores são empregados dessa "indústria do saber". Formam grupos que se combatem e viraram mercadorias. O saber produzido nessa sociedade tem sabor de intriga e de concorrência. Além disso, pensar é uma coisa que a consciência tecnocrática não pode permitir nem permitir aos outros, é preciso agir e agir depressa. A discussão sobre os fins do trabalho humano e sobre a condição humana está ausente. A pesquisa não é mais destinada a um público, mas a um organismo de interesse. Nesse contexto crítico, da discussão da EP como ideologia, Gadotti utiliza Marx e Engels para explicitar que a ideologia é "uma concepção falsa da história, fruto de um conhecimento destorcido que serve para ocultar o projeto social de dominação da classe que detém o poder". Assim, já nos objetivos da EP é possível identificar essa dissimulação "tornar os estoques do saber atual, acessíveis à todos aqueles que deles tiverem necessidade, durante a vida inteira". É necessário, antes de aceitar esse objetivo, questionar se é verdade que todos estão em condições de saber do que precisam.
    Finalmente, o autor critica criação de necessidades por uma sociedade de consumo acelerado. Devemos nos apropriar dessa discussão que o autor faz no campo da EP, para o campo da Saúde Coletiva. Como a sociedade atual cria necessidades em saúde: medicalizando, transformando todos os comportamentos em patologias, vendendo modelos físicos e psíquicos que devem ser alcançados? Além da introdução desenfreada de novas tecnologias que vem transformando os profissionais de saúde em meros prescritores de exames, fazendo com que se perca a relação da escuta do outro.

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  8. Grupo 3: Cledir Amaral, Daniele Ferreira, Gabriella Carrilho, Roberta Lemos.

    A Educação Permanente (EP) é apresentada no livro de Gadotti (1984) como um conjunto de possibilidades para a educação, que tem seus pressupostos e ideias consensuados pela maioria dos autores, porém, existem muitos dissensos sobre o "como fazer". Abordaremos a seguir, os objetivos e diretrizes da EP a partir das três categorias de análise propostas:

    EP como Política de Estado:
    Uma questão que consideramos relevante foi a forma que o autor aborda no texto a EP com uma projeção para o futuro, ainda que sua necessidade de resposta seja para o agora e mais, quando aponta para a necessidade de um projeto de sociedade, ou seja, a longo prazo, é possível enxergar a relação dessa com a Política de Estado (PE). A importância de adequação do projeto de EP ao contexto dos diversos países é também importante para que os passos sejam dados com concretude. A publicação de documentos que discutem e ampliam o debate sobre a ideologia e o "como fazer" da EP contribuem para proposição da EP como uma política de Estado. A multiplicidade da ideia de "sistema" precisa ser inflamada para que possíveis encaminhamentos possam ser dados no sentido de construção da EP como PE, uma vez que discutir qual a abrangência da EP e questões sobre a noção de desescolarização se faz imprescindível.
    Também cabe ressaltar que a educação, conforme já discutimos em outras situações, pode ser um importante instrumento de dominação e o autor também faz esta reflexão: não seria a EP uma forma de manter a estrutura de uma sociedade? Muitos profissionais entendem a EP como uma forma de manter-se atualizado e conectado com as rápidas transformações que vivenciamos, outros tem interesses econômicos, como um salário melhor, por exemplo. O autor aponta uma situação contraditória gerada pela EP: ela pode ser ofertada como uma chance de reduzir as desigualdades sociais, mas na verdade ela perpetua esta questão, uma vez que a maioria das pessoas não está preparada para conseguir participar de um programa de EP. Dessa forma, o Estado consegue manter sua dominação e manipula para que as estruturas da sociedade permaneçam da maneira que considerar adequada aos seus interesses.

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  9. Grupo 3: Cledir Amaral, Daniele Ferreira, Gabriella Carrilho, Roberta Lemos.

    EP como Estratégia de desenvolvimento humano (formação):
    A todo o momento, os discursos relacionados à EP trazem esta questão, mas se faz necessário refletir se precisamos aprimorar somente a educação acadêmica/profissional? No texto, o autor enumera uma série de razões para o processo de aprendizagem continuada. Será que as experiências vivenciadas no decorrer de nossas trajetórias também não fazem parte de uma Educação Permanente?
    Quando a EP é entendida com objetivo da formação humana, está aí a ideia maior de estratégia de desenvolvimento humano. O pressuposto de uma educação para a vida, durante toda a existência, que extrapola os muros escolares, mas que circunda os espaços de "lazer, vida em família, participação social, vida profissional e outros aspectos da existência humana" (GADOTTI, 1984, p.79), está em sintonia com essa formação permanente do ser humano. A ampliação do capital do conhecimento é, em suma, uma estratégia de vida, que a todo tempo recruta dos sujeitos o saber - seja ele institucional ou não. A EP tem um cunho então, como explicitado no texto, de libertação e de possibilitar tanto a adaptação do indivíduo à sociedade, bem como de transformá-la. Assim, a extensão da educação traz à EP um papel primordial e decisivo, pois engloba a formação total do homem, enquanto durar a vida.

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  10. Grupo 3: Cledir Amaral, Daniele Ferreira, Gabriella Carrilho, Roberta Lemos.

    EP e sua relação com o trabalho docente em educação em saúde coletiva:
    O profissional no campo da docência deve compreender o processo de ensino e aprendizagem como algo mais fluido, e não necessariamente ligado a uma formalidade institucional. Dessa forma, estaria aberto e atento a outros conhecimentos, campos e espaços em que esse processo pode florescer, trazendo o educando como protagonista e co-autor dessa construção que se daria ao longo da vida e que não estaria restrito a um território já dado e conhecido.
    A EP é um instrumento importante no desenvolvimento da saúde coletiva, mas deve também educar na parte acadêmica; educar na experiência de equipes multidisciplinares; educar para a convivência com indivíduos na promoção e proteção à saúde, no diagnóstico, tratamento e reabilitação; deve educar para que exista maior compreensão diante das diferentes realidades regionais existentes em nosso país.
    O autor ainda menciona que a EP pode se apresentar compreendendo quatro categorias: discurso, fenômeno, projeto e ação. Frisamos que na interface entre docente em saúde coletiva e EP, as categorias projeto educacional e ação pedagógica estariam relacionadas.
    Outras questões:
    Trazendo a EP para pensar o serviço em saúde, percebemos também que em nenhum momento do texto é discutido a diferença entre Educação Continuada (EC) e Educação Permanente; considerando a EP em um conceito mais delimitado aplicado aos serviços, e ao trabalho. Nesse sentido, a distinção é importante, uma vez que a EC é algo transversal que não está atrelada ao contexto do serviço, que vem em forma de metas a serem atingidas para qualificação profissional somente. O que se mostra bem distante do conceito de EP que vem enquanto proposta de discussão tendo como mote o próprio processo de trabalho, ou seja, é ele quem demanda e mostra a necessidade dos temas a serem trabalhados, refletidos e reconstruídos.

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  11. O afeto e a prática docente em saúde coletiva pelas Agonistas

    Os textos de Carlos Brandão citam as ideias de educação para o "mundo do mercado" e a falta de afetividade no ensino, sem a qual, segundo o autor, não há ensino. Viviane Mosé, explicita a necessidade, a urgência, da mudança de olhar sobre o processo pedagógico brasileiro (incluo aqui também o processo andragógico), principalmente, pois, mesmo em sua crítica, a escola falha, inclusive para a educação para o mercado.

    Com uma estrutura destacada da realidade vivida, das necessidades do si e do outro, e com o "pedagogismo isento de diálogo", a escola se torna uma penalidade, um processo disciplinatório incapaz de proporcionar afetividade e liberdade em seu sentido amplo, de pensamentos e de ações. Dessa forma, os alunos são treinados para o mercado de trabalho, para a repetição do conteúdo, no entanto, não há nas escolas o exercício da inteligência emocional, da reflexão crítica e da prática do "aprender a aprender".

    Para isso, tal modelo lança mão de uma metodologia excessivamente verbalista, teórica e intelectualizada, ao invés de sentida, refletida ou que propicie conscientização. O produto desse sistema origina relações baseadas em preceitos infra-humanos, no qual não se aprende as tecnologias relacionadas à comunicação e às relações saudáveis entre os seres humanos. Assim, as pessoas tornam-se desconfiadas e com medo umas das outras, gerando, no ambiente escolar e até mesmo fora deles um jogo de relacionamentos comerciais e de conquistas, em que os vencedores são aqueles capazes de dominar.

    Eis então o conflito, a dicotomia gerada entre “um ideal aprendido” e o que se depara no exercício de sua função no campo da saúde: as necessidades alheias e a premência de sentimento. Em verdade, esse processo - retrocesso - não se articula convenientemente com a saúde, visto que para termos e proporcionarmos saúde necessitamos, como seres humanos que somos, de afeto recíproco, de diálogos e de construções coletivas. Quando nos esvaziamos para aprender, quando deixamos de segregar os espaços e as pessoas - e a nós mesmos! - onde estivermos será um espaço de afeto, de diálogo, de ensinar-aprender, de saúde.
    (continua....)

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  12. O afeto e a prática docente em saúde coletiva pelas Agonistas (parte 2)

    Sonneville & Jesus (2009) são adeptos a essa posição quando evocam a ideia da complexidade do ser humano. Para eles, o mecanismo do ensinar-aprender ocorre de forma recíproca entre o professor e o aluno e deve ser permeada de afetividade. Ao contrário do que é ditado pela sociedade de mercado em que estamos submersos, não é possível – ou não deveria ocorrer - o distanciamento emocional do outro quando se exerce uma função que lida diretamente com pessoas, como no caso dos professores e, podemos incluir, dos profissionais de saúde.

    Portanto, podemos concluir que a prática docente na saúde coletiva precisa ser um mecanismo dinâmico e compartilhado entre o docente e o aluno, onde a formação seja permanente e integrada entre ambos os lados. E que acontece através de novos olhares sobre a vida e o trabalho, a partir do incentivo à curiosidade, ao questionamento, a reflexão sobre as relações entre a prática e a teoria. Só assim, será possível modelar novas maneiras de atuação profissional efetiva e que realmente propicie o cuidado em saúde. E para tanto, é necessário que se pense "fora da caixa", pensando em estratégias criativas, transformadoras, críticas e que sejam capazes de se repensarem e de aprender com o outro a todo momento, e de se refazerem sempre que necessário.

    Referências:

    BRANDÃO, CJ. A MENTE E O CORAÇÃO, A CONFIANÇA E O DIÁLOGO:por uma ética da partilha do sentido e do afeto na educação.

    BRANDÃO, CJ. Alguns passos pelos caminhos de uma outra educação: idéias para tornar um pouco mais esperançosamente integral o que chamamos de "educação integral"

    SONNEVILLE, JJ., and JESUS, FP. Complexidade do ser humano na formação de professores. In:NASCIMENTO, AD., and HETKOWSKI, TM., orgs. Educação e contemporaneidade: pesquisas científicas e tecnológicas. Salvador: EDUFBA, 2009, pp. 296-319. ISBN 978-85-232-0872-1.

    PLFONTE. O QUE A ESCOLA DEVERIA APRENDER ANTES DE ENSINAR?, [s.d.].

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